The Use and Abuse of Dream in the Psychic Experience
Masud Khan, 1971 (1993)
Neste segundo artigo sobre os sonhos, Khan inicia retomando duas características do que no artigo anterior (1962) chamou de “sonho bom”: a capacidade do ego de tolerar a frustração ao aceitar a satisfação simbólica do desejo no sonho e de sustentar um contra-investimento do processo primário de modo a garantir que o sonho seja uma experiência de comunicação intrapsíquica.
Dessa maneira o contrário do “sonho bom” não seria o “sonho mau”, mas um sonho que rompesse com o processo de atualização intrapsíquica de algum processo emergente. A própria experiência do sonho então ganha importância, em paralelo à interpretação, por sua capacidade de usar o espaço do sonho para uma função intrapsíquica.
A principal proposta do artigo é que um sonho que materializa uma situação intrapsíquica no espaço do sonhar preserva o indivíduo da atuação dessa situação no mundo externo. Assim, aproxima o espaço do sonho ao espaço transicional de Winnicott, bem como o sonhar em si ao jogo da espátula.
In FLANDERS, S. (Org.) "The Dream Discourse Today". Londres: Karnac, 1993.