RESENHA
Colonia (2005)
Uma versão barata de Argo, tipo girl-saves-boy, cheia de furos no roteiro. Emma Watson só aceitou o papel principal porque este tocou o seu feminismo.
Assim pode ser resumida a recepção de Colonia pela imprensa especializada
¹. O filme de Florian Gallenberger foi lançado três anos depois de Argo, este dirigido pelo queridinho Ben Affleck, vencedor de três Oscars em 2012, inclusive o de melhor filme. A imprensa internacional se pergunta o porquê de Emma Watson ter aceito um papel num filme cujo orçamento era inferior a um décimo do orçamento de seus filmes anteriores². E ri de que os personagens chilenos falem inglês, como pede a incapacidade dos americanos de ler legendas. A recepção fria, antifeminista e debochada perde a diferença principal entre Colonia e o festejado Argo: este último é sobre os outros; Colonia é sobre nós.
Os outros
Argo é a história dos outros. É fácil recordarmos o enredo do filme, baseado em fatos reais, que ficou famosa à época de seu lançamento. Na Revolução Iraniana de 1979, dezenas de funcionários da embaixada americana em Teerã são feitos reféns pelos insurgentes, indignados pelo asilo concedido por Jimmy Carter ao recém-deposto Xá Reza Pahlevi, notório torturador e opressor do povo (que havia sido levado ao poder por um golpe apoiado por Washington). Entretanto, seis funcionários da embaixada conseguem escapar do sequestro, escondendo-se na casa do embaixador canadense. American heroes!
A CIA começa então um plano para extrair os seis em segredo do Irã e conta com a genialidade do especialista em extrações difíceis, Tony Mendez, o herói, interpretado pelo próprio diretor do filme, Affleck. A ideia é simular a produção de um filme em solo iraniano, introduzindo assim uma equipe disfarçada no território inimigo para resgatar os compatriotas. Para tudo parecer verdade aos iranianos, toda pompa e circunstância: festa de pré-lançamento, leitura do roteiro, produtor e diretor famosos, matérias de jornais.
Uma cara e complexa estrutura, envolvendo embaixadas e presidentes de dois países, centenas de pessoas e milhões de dólares para trazer de volta à terra da liberdade os seis que ficaram presos no Irã. Propaganda é a alma do negócio e essa é a história dos outros, daquela meia dúzia que pode contar com a sorte de ter por trás de si um Estado poderoso, ao mesmo tempo em que está sob os holofotes da mídia política internacional. E estar sob os holofotes é com certeza mais importante do que contar com um Estado bem armado.
Não precisamos dizer como o filme termina; é previsível qual pode ser o sucesso de uma empreitada tão dispendiosa e que viraria símbolo da capacidade técnica e criativa dos EUA.

Nós
Já Colonia, também baseado em fatos reais, é sobre nós. Começamos o filme nos apaixonando junto com Lena e Daniel. Ela (Emma Watson) é uma comissária de bordo alemã que acaba de chegar a Santiago e, no trajeto para o hotel avista Daniel (Daniel Bruhl), seu amante, também alemão, mas que está no Chile há alguns meses fotografando e participando da agitação popular em apoio ao presidente eleito Salvador Allende, no poder desde 1970.
Era setembro de 1973, um período perigoso para se estar no Chile: uma greve de caminhoneiros forjada pela CIA (coincidência com o Irã?) buscava desestabilizar o governo esquerdista de Allende, causando desabastecimento.
Lena e Daniel parecem nem perceber. Estão os dois numa bolha erótica da qual, como espectadores do filme, compartilhamos: o charmosíssimo Daniel, agitador e fotógrafo, sendo chamado a falar no palco de encontros pró-Allende, mesmo sendo estrangeiro. E a seguríssima Lena, perguntando se Daniel gostaria de esconder alguma coisa, talvez de outra garota, quando chega ao apartamento onde ele mora. Liberais e apaixonados, os dois transam, cozinham e se fotografam,  aproveitando um tipo de apaixonamento de que poucas vezes desfrutamos na vida. Alheios ao golpe que ocorreria no dia seguinte.
Às sete horas da manhã de 11 de setembro (outra coincidência?) de 1973, o exército chileno começa a insurgir-se contra Allende e a tomar conta do país. O golpe estaria finalizado ao meio da tarde do mesmo dia, com o palácio presidencial bombardeado por aviões de guerra comandados por Augusto Pinochet e Allende suicidado.
Nada disso aparece no filme. Nós, os outros, ficamos sabendo do golpe como Daniel e Lena: através de um telefonema, avisando-os. A partir daqui os sorrisos desaparecem do filme e a fotografia, antes colorida e quente, se torna cinza e fria.
Nosso casal sai à rua, meio sem rumo, e já encontra um ambiente/estado militar instalado, a polícia e o exército oprimindo e prendendo a população. Em poucos minutos, o filme conta como os dois são levados para o estádio de Santiago; desce de helicóptero um agente duplo, encapuzado, e aponta Daniel como conspirador para os militares. Segue-se a tortura, claro; esse expediente direto – sem mediação – de controle e subjugamento do corpo a que as ditaduras costumam recorrer. Ao fim, destruído pelos choques elétricos, aparentemente à beira da morte, Daniel é entregue a um homem que o ampara e diz que ficará tudo bem. Seria ele um padre? Não, é Paul Shaffer (Michael Nyqvist), o diabo em pessoa.

A prisão, o nosso inferno contemporâneo
Lena, claro, vai em busca de notícias do amante. Descobre com seus companheiros da resistência para onde ele foi levado: Colonia Dignidad, um misto de prisão, culto religioso e campo de trabalhos forçados, liderado por Paul Shaffer³. No intuito de resgatar Daniel, ela encara então a tarefa de conhecer o diabo pessoalmente. Disfarça-se de uma moça religiosa e ruma à Colonia, para juntar-se ao grupo.
Cercada de muros e cercas elétricas, Colonia Dignidad é a prisão foucaultiana por excelência. Ao chegar, Lena é desprovida de seu passaporte e seus pertences. “Você não vai precisar mais disso”, diz a mulher que a recebe e que é encarregada de cuidar das mulheres da comunidade. Lena é entrevistada por Shaffer pessoalmente, ele quer saber porque ela está se juntando à Colonia. Não satisfeito, pede que ela abra a blusa; debaixo do vestido ela veste um sutiã de renda. “Exatamente o que eu imaginava”, diz Shaffer. O pecado da carne, a sexualidade, ainda está em Lena. Exaltado, Shaffer grita. “Você renuncia aos pecados da carne?” “Sim”, responde Lena.
Para Foucault (1987), o biopoder era a tecnologia de controle do corpo, da carne – e também da mente. Em Colonia Dignidad, isso se traduziria, prioritariamente, pelo controle dos “pecados da carne”, da sexualidade. Toda a organização da Colonia é voltada para a criação de corpos dóceis, que obedecem e produzem. Os moradores, o gado, são avisados de inícios e finais de turno por sirenes. As refeições são também servidas da mesma maneira. Tudo tem um tempo específico, cronometrado. Há uma divisão clara do trabalho: mulheres cuidam da colheita e homens da siderurgia, produzindo armas para Pinochet. Não há nenhum espaço para singularidade, todos são pequenas peças de uma máquina de corpos e matéria e precisam cumprir, milimetricamente, suas funções.
A partir de agora, tudo é cinza, tudo é frio, tudo é vigiado. Alto-falantes instalados no topo de uma viga de madeira (panóptico?) soam sirenes e avisam com palavras objetivas sobre as raras mudanças na rotina. Corpos domesticados, sexualidade controlada; nada pode sair dos trilhos na bolha tanática construída por Shaffer.
Imiscuída entre as trabalhadoras da colônia, Lena logo faz uma espécie de aproximação (não amizade, amizades não são permitidas) com Doro. Esta conta sobre seu noivo, um outro colono, chamado Dieter. Ingênua, Lena empolga-se com a ideia de poder encontrar Daniel, mas ficamos sabendo que o suposto noivado de Doro é uma ilusão e será violentamente reprimido por Paul Shaffer.
A sexualidade, criação e abertura para a vida e novos laços, não tem espaço em Colonia. Shaffer expõe Doro frente a todos os homens, humilha-a, diz que aquela “vaca fedida” pretendia se casar. Sente nela o cheiro dos pecados da carne e a espanca, no que é seguido por todos os outros homens, enojados pelos desejos de Doro.
A repulsa pela sexualidade é uma tônica comum dos contemporâneos mandatários da direita (Trump, Bolsonaro e companhia). Enojam-se da sexualidade das mulheres, dos LGBTs, dos negros. Shaffer tinha um bom motivo para isso: era pedófilo e reservava para si os jovens meninos nascidos na colônia. Faz-nos pensar: quais serão os motivos dos governantes atuais avessos às sexualidades?

Daniel e Lena, os idiotas
Na acepção de Byung-Chul Han (2018), o filósofo é sempre o idiota, no sentido em que é o forasteiro, o que não se adequa, o herege. Tipos cada vez mais raros: os excêntricos, os loucos. O idiota, para Han, quebra a cadeia de comunicação normatizadora do psicopoder, ou seja, o poder incidindo agora sobre as mentes e não mais os corpos. Estes, os corpos, não são mais o foco do controle na sociedade contemporânea, que substitui a fábrica pelo escritório. O idiota é, então, aquele que vive ao largo do controle psicopolítico. É inadequado; e por isso tem chance de escapar.
Após grande angústia de nós, espectadores, Daniel reaparece no filme, literalmente como um idiota. Esperto, finge ter ficado louco, perdido suas faculdades mentais como resultado da tortura. Ganha, com isso, o direito de ser deixado de lado, em paz para explorar o ambiente à procura de uma rota de fuga. Lena, a grande idiota – sempre pensando na compreensão de Han –, nada nua num rio – a única cena de liberdade em todo o extenso miolo do filme – com o intuito de ser levada ao mesmo ritual de Doro, frente aos homens, e poder, então, fazer contato com Daniel.
Do meio para o final do filme, nosso casal ganha uma aliada, uma neo-idiota: Ursel (Vicky Krieps). Parece que a idiotia é contagiosa e Ursel se aproxima de Lena ao perceber que ela planeja uma fuga com Daniel. Ursel nasceu em Colonia Dignidad, é filha de Gisela, a encarregada de oprimir as mulheres e fazê-las trabalhar. Nunca pode existir e, a partir dos desejos de Lena, sonha agora com o mundo lá fora.
Ursel não sabe o que há lá fora. Mas deseja o lá fora, sair de Colonia. Não forma uma aliança com a mãe perversa, que a entregou ainda recém-nascida à Colonia, para ser objeto de domesticação. É mesmo difícil de se imaginar essa surpreendente nova aliança, mas embarquemos na trama e pensemos nos que escapam todos os dias de alianças mortíferas, igrejas e mandatos transgeracionais familiares e chegam aos nossos consultórios em busca de ajuda. A fuga é possível.
Ursel e o casal Lena e Daniel somos nós, os desviantes, os responsáveis em última instância pela existência dos aparelhos de controle bio/psicopolíticos. Como eles, não imaginamos até onde toda essa rede se estende: escapam de Colonia Dignidad, mas ainda viverão momentos de tensão ao procurar a embaixada alemã (aliada secreta de Pinochet) para sair do Chile. Nós somos quem o Estado quer matar ou simplesmente deixar morrer. Em Argo, os outros são protegidos e salvos pelo Estado; voltam e viram heróis. Bem diferente é a situação de Lena e Daniel.

O poder hoje: nas nossas mãos
Foucault concebe o biopoder num momento em que a fábrica é o lugar por excelência em que o controle é necessário. Controle dos corpos, portanto, feito naquele momento a partir de um acordo tácito entre dominados e dominadores: eu não preciso te matar (nem precisamos falar disso!), se você me obedecer. O aparelho de controle vem para garantir toda a obediência: a vigilância, os horários e divisões de trabalho milimetricamente calculados, os detalhes que só corpos dóceis, domesticados (expressão de Foucault), podem seguir. A morte e a tortura explícita são episódicas, contanto que o acordo esteja funcionando. A obediência é retribuída com proteção e direitos trabalhistas.
A discussão acima pode ser encontrada em Vigiar e punir, um dos livros mais famosos e citados do século XX. O presente século nos trouxe dois autores que exploram duas importantes brechas que a realidade foi trazendo após a precoce morte de Foucault.
Um sul-coreano radicado em Berlim pensa no “dilema de Foucault” (HAN 2000, p. 37), ou seja, na própria percepção dele de que o biopoder não dava conta de explicar a sociedade neoliberal, em que a entrega do indivíduo precisa ser cada vez mais plena, enquanto minguam os direitos trabalhistas, como férias e aposentadoria.
Outro autor, o camaronês Achille Mbembe, fala da necropolítica. Lembra-nos do fator contratual do biopoder, fator este que, se ausente ou ameaçado, faz com que os dominantes voltem à tecnologia arcaica do poder direto, da tortura e da morte. É o que acontece em Gaza, é o que acontece nas favelas brasileiras ou nos países esquecidos da África. Era o que acontecia com quem tentava escapar de Colonia Dignidad ou questionar o regime de Pinochet. Por detrás das tecnologias de poder assépticas da contemporaneidade estaria o verdadeiro exercício do poder: a capacidade de decidir quem vive e quem morre. Junto à psicopolítica, a necropolítica. Quem é excedente nesse sistema fica sujeito à eliminação direta: a morte ou o deixar morrer.
O já citado Han recupera e aprofunda a ideia de psicopolítica, inscrita em Foucault. Ao invés de operar pela negatividade da punição e do controle, a psicopolítica opera pela positividade. Ou seja, opera pelo empreendedorismo, os self-made men, os influenciadores de Instagram que escancaram sua intimidade por likes e dinheiro de companhias de mídia e de bens de consumo, cujos donos são fundos de investimento sem nome.
E se Lena e Daniel se deparassem com o mundo de 2020, quase 50 anos após a história que se passa no filme? Os mecanismos de controle, o panóptico, as sirenes, a ordem, não estariam mais monopolizadas na mão de um Pinochet- Shaffer perverso, mas nas mãos de cada um de nós, pelos celulares. Dizem-nos aonde ir, o que fazer; apitam como sirenes. E, em troca, ainda provemos de bom grado informações sobre nosso comportamento, nosso consumo, nossas amizades e nossos hábitos, que alimentam as máquinas de big data, responsáveis por aprimorar nosso controle e nosso consumo.
A colônia de 2020 em que vivemos nos conclama pela positividade: votamos em eleições livres, em nome da Democracia. Mas somos vítimas das fake news, do aparelho eleitoral controlado pelo grande capital (donos dos big data) e da meritocracia. Como nos lembra Laymert Garcia dos Santos (2019), os cidadãos são chamados a votar para decidir quais estratos da sociedade devem ser aniquilados. E votam pela aniquilação de si próprios!
Desde o final de 2019, o Chile está de volta às ruas contra o neoliberalismo do presidente Sebastián Piñera. Lena e Daniel estariam nos protestos, com certeza. Mas, desta vez, estariam lidando com um “Grande Irmão de rosto amável” (HAN 2000, p.57). Um inimigo nas mãos de cada um de nós.
Nos mais de 40 anos de funcionamento da Colonia Dignidad, apenas cinco pessoas conseguiram escapar. Com elas saíram também câmeras fotográficas com imagens dos horrores cometidos por Paul Shaffer e seus seguidores. Na Europa, a publicação dessas fotos causou um grande escândalo. No Chile, nada mudou, como informam  os letreiros finais do filme.
O trabalho de idiotas incansáveis – retomando a preciosa acepção de Han – fez com que Shaffer fosse capturado na Argentina em 2005 e ficasse preso até sua morte. Apenas em 2019 a Alemanha reconheceu o direito à indenização das vítimas de Shaffer (que era, diga-se, um ex-soldado nazista). Viva os idiotas.
NOTAS

¹ The Colony no Reino Unido; mal traduzido no Brasil para Amor e revolução. Ver as críticas da Time Out e do The Guardian nas referências.
² A Wikipédia em inglês especula um orçamento de oito milhões de dólares para o filme. O filme imediatamente anterior de Thompson, Noah, dirigido por Darren Arnofonsky, custou 125 milhões de dólares, segundo o The Guardian. Isso sem falar nos Harry Potter, cujos orçamentos beiram os 250 milhões de dólares.
³ Shaffer, que fora da Juventude Hitlerista, fundou em 1961 essa colônia para imigrantes alemães no Chile. Localizada a 350 quilômetros ao Sul da capital, Santiago, a Colonia Dignidad tornou-se centro de detenção e tortura durante a ditadura de Augusto Pinochet, a partir do golpe militar que o levou ao poder em 1973.
Foucaultiana no sentido que podemos encontrar em Vigiar e punir (1975 [1987]), que, em algumas versões em português ganha o subtítulo “A história da violência nas prisões”, inexistente no original. Neste clássico, Foucault estuda a evolução das formas de punição a crimes e comportamentos desviantes. A linha mestra é pensar como, ao nos aproximarmos da modernidade, as punições migram de suplícios no corpo para formas mais veladas e principalmente para o controle do corpo através da disciplina, que Foucault chama de biopoder.
 A questão do poder na modernidade é como criar corpos dóceis, adestrados a se comportar e produzir (a modernidade é a época por excelência das fábricas). O biopoder é a tecnologia que possibilita que isso aconteça sem que seja preciso recorrer a suplícios corporais, como se fazia no passado. Entram em ação mecanismos de controle, disciplina de horários, gestos e rituais, tudo vigiado de maneira discreta e permanente (o panóptico era o protótipo desse mecanismo de vigilância onipresente e onisciente). Foucault estuda a origem desses mecanismos em prisões, quartéis e estabelecimentos monásticos para depois apontá-los em escolas e fábricas.
 Em Psicopolítica (2000 [2018]), Byung-Chul Han analisa os indicativos do próprio Foucault de que sua tese do biopoder não daria conta da sociedade neoliberal já na década de 1970. Han analisa como, no mundo pós-industrial, um corpo dócil não tem mais utilidade que uma mente dócil. A tecnologia de poder muda do controle e vigilância sobre os corpos para a promoção de comportamentos benéficos ao neoliberalismo, através de uma positividade, como o empreendedorismo, a gamificação (transformar tarefas entediantes em pequenos games/jogos ou metas de vendas) e curtidas no Facebook, que premiam a exposição da intimidade e do comportamento de consumo.
 Santos ilustra essa ideia contra-intuitiva, de que os eleitores votariam pela aniquilação de si próprios com uma frase dita por Jair Bolsonaro: “Eu, pacificamente, vou matar vocês”. Esse pequeno livro tem uma coleção nauseante de frases dessa estirpe ditas pelo então candidato.
 Shaffer desapareceu em 1997, quando o governo chileno, depois da ditadura, começou a investigar as acusações de abuso sexual de crianças. Só foi encontrado em março de 2005, num bairro nobre de Buenos Aires. Em seguida, foi extraditado para o Chile, onde já fora condenado à revelia pelo estupro de 11 crianças. Ali, enfrentou novas acusações de pedofilia, homicídio qualificado e tortura, entre outros crimes, e acabou condenado a 20 anos de prisão. Morreu em 2010, preso em Santiago do Chile, aos 88 anos.
REFERÊNCIAS
BBC (2019). “Colonia Dignidad: Germany to compensate Chile commune victims.” Disponível em: <https://www.bbc.com/news/world-latin-america-48318295>. Acesso em 27 abr 2020.
FOUCAULT, Michel (1987). Vigiar e punir. Tradução de Lígia M. Pondé Vassallo. 10ª ed. Petrópolis: Vozes.
HAN, Byung-Chul (2018). Psicopolítica. Tradução de Maurício Liesen. Belo Horizonte: Âyiné.
MBEMBE, Achille (2019). Necropolítica. Tradução Renata Santini. São Paulo: N-1.
SANTOS, Laymert Garcia dos (2019). Viva a morte! São Paulo: N-1.
Time Out (2016). “Emma Watson can’t save this unconvincing drama based on a real life religious cult.” Disponível em <https://www.timeout.com/london/film/the-colony-2015>. Acesso em 27 abr 2020.
The Guardian (2016). “The Colony Review – Implausible exposé of Pinochet-era horrors.” Disponível em: <https://www.theguardian.com/film/2016/jun/30/the-colony-review-pinochet-horrors-chile>. Acesso em 27 abr 2020.
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