Dream Psychology and the Evolution of the Psychoanalytic Situation
Masud Khan, 1962
Khan inicia esse artigo (que seria acompanhado por mais dois artigos seminais futuramente¹) lembrando das características do sonho freudiano e de que Freud conseguiu transformar sua auto-análise num projeto terapêutico a partir da invenção do setting analítico. “Freud intuitivamente recriou uma ambiência física e psíquica no setting analítico que corresponde significativamente ao estado intra-psíquico do sonhador que conduz a um “sonho bom”.
Em seguida enumera as características de um “sonho bom”, na esperança de ajudar o clínico a descartar sonhos muito repetitivos ou que aparentem estar cheios de associações, mas não são “sonhos bons”. Traduzimos algumas das características do “sonho bom”:
(ii) Um estado de confiança do ego de que o mundo externo estará lá, mundo este para o qual pode retornar após a satisfação do desejo de dormir.
(v) Disponibilidade para o ego de resíduos diurnos para a estruturação formal do “desejo do sonho” latente.
(viii) Capacidade narcísica do ego de gratificar-se no mundo dos sonhos, em oposição tanto ao puro narcisismo do sono quanto da satisfação concreta da realidade.
(xi) Uma capacidade do ego para a recepcionar e render-se aos desejos do id com uma correspondente confiança de que terá a capacidade de resistir ao caótico e excessivo influxo do id.
(v) Disponibilidade para o ego de resíduos diurnos para a estruturação formal do “desejo do sonho” latente.
(viii) Capacidade narcísica do ego de gratificar-se no mundo dos sonhos, em oposição tanto ao puro narcisismo do sono quanto da satisfação concreta da realidade.
(xi) Uma capacidade do ego para a recepcionar e render-se aos desejos do id com uma correspondente confiança de que terá a capacidade de resistir ao caótico e excessivo influxo do id.
Finalizando essa lista, Khan compara a atividade egoica do sonhador em relação ao “sonho bom” com o que Winnicott chamou de objeto transicional.
Se as capacidades de “trabalho do sonho” do paciente estiverem muito prejudicadas podemos pensar que existem defesas primitivas em jogo e que o paciente não será capaz de associar livremente.
In FLANDERS, S. (Org.) "The Dream Discourse Today". Londres: Karnac, 1993.
NOTAS
¹ "The Use and Abuse of Dream in the
Psychic Experience" (1971) e "Beyond the
Dreaming Experience"(1975)
¹ "The Use and Abuse of Dream in the
Psychic Experience" (1971) e "Beyond the
Dreaming Experience"(1975)